1.1 PRIMEIRO ERRO DAQUELES QUE ACHAM QUE SABEM: somente aquelas pessoas desinformadas acham que big bang é coisa de ateísmo. Surpreendam-se: big bang é uma teoria que explica o surgimento do universo a partir de uma “explosão” cósmica gigantesca, explosão no sentido de que houve um ponto de ruptura entre diversas energias que se expandiram a velocidades extremas. Vou explicar melhor essa teoria – a seguir. Neste momento quero chamar sua atenção para um único ponto: essa teoria não foi criada por ateus, muito pelo contrário do que os desinformados do tema pensam, essa teoria foi criada, principalmente, por uma pessoa religiosa. Pasmem os senhores e as senhoras. Um dos criadores dessa teoria foi uma pessoa religiosa que não queria trair a “verdade” que descobriu e divulgou-as mesmo que contrariasse o pensamento religioso. A igreja Católica, desse período, tentou adaptá-la e incorporá-la a suas afirmações religiosas, mas vendo que a teoria era incompatível resolveu descartá-la (e pouco tempo depois, condená-la).
Big bang é um termo em inglês que significa
“grande explosão”. Foi anunciada por volta de 1948 por dois cientistas: um
russo naturalizado estadunidense, George Gamow (1904-1968) e um padre e
astrônomo belga Georges Lemaître (1894-1966). Estes dois cientistas assimilaram
parte da teoria da relatividade geral de Einstein e parte das descobertas do
astrônomo Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972), estes últimos
demonstraram que o universo não é estático, como pensava Einstein, mas algo que
está em expansão. Parece que Einstein, embora fosse um gênio, cometeu o erro de
dizer que o universo era estático porque não queria apagar a ideia de deus,
embora nem cresse nem descresse numa divindade, ao que parece. Dizer que o
universo surgiu de uma “explosão” é, na verdade, apagar a compreensão comum do
que seja deus e o que tenha sido a criação divina. Se introduzirmos a ideia de
uma criação divina neste ponto devemos dizer, automaticamente, que se deus deu
origem a algo só pode ter sido a esta explosão cósmica. Tudo como conhecemos
foi formando-se com o passar de bilhões de anos. “O termo explosão refere-se a
uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo”. Se você tiver noção
do que seja um buraco negro vai entender que o que ocorre dentro dele tem
semelhança com o que ocorreu poucos segundos depois do big bang – não vou me
aprofundar neste aspecto porque meu objetivo aqui é outro.
Vamos
ficar no big bang. Se você não tiver uma noção de química e física certamente
não vai entender muita coisa dessa teoria. Isso porque o universo não é
formado, primordialmente, de coisa grandes, quer dizer, de corpos grandes. Na
verdade o que constitui o universo são micro partículas que só podemos ver
através de avançados aparelhos tecnológicos. Isso quer dizer que seus olhos, ao
ler estas palavras, estão mexendo-se, captam o brilho, a cor e uma imensidade
de coisas para que possa identificar uma imagem. O olho, ou qualquer coisa que
exista incluindo nosso corpo inteiro e planetas, etc, é formado de bilhões e
bilhões de átomos. Está vendo o ponto nesta página “.” ? Somente nela há cerca
de 600 milhões de átomos. Isso quer dizer que para que nosso corpo ou qualquer
corpo seja formado é preciso que haja a união de trilhões e trilhões de
minúsculas partículas que se juntam para formar o todo.
Isso, obrigatoriamente, nos remeta para uma origem microscópica. Então ao perguntarmos o que tinha antes do big bang entendemos que existiam partículas pequenas e aparentemente “infinitas”. Olhe o nosso sol, por exemplo: ele está crescendo porque 98% de sua massa é constituída por hidrogênio e hélio. Partículas de hidrogênio chocam-se a velocidades extremas e formam hélio. À medida que o hélio é formado a nossa estrela ganha volume e vai continuar ganhando volume até que o hidrogênio acabe e ela diminua de tamanho, e irá tornar-se o que os astrônomos chamam de “anã-branca”. Os outros 2% de elementos químicos que formam nosso sol são elementos que estão presentes em “tudo” aquilo que tem vida.
Isso, obrigatoriamente, nos remeta para uma origem microscópica. Então ao perguntarmos o que tinha antes do big bang entendemos que existiam partículas pequenas e aparentemente “infinitas”. Olhe o nosso sol, por exemplo: ele está crescendo porque 98% de sua massa é constituída por hidrogênio e hélio. Partículas de hidrogênio chocam-se a velocidades extremas e formam hélio. À medida que o hélio é formado a nossa estrela ganha volume e vai continuar ganhando volume até que o hidrogênio acabe e ela diminua de tamanho, e irá tornar-se o que os astrônomos chamam de “anã-branca”. Os outros 2% de elementos químicos que formam nosso sol são elementos que estão presentes em “tudo” aquilo que tem vida.
Assim, a teoria do big bang diz que o
universo tenha surgido há aproximadamente 13,7 bilhões de anos atrás a partir
da flutuação quântica de um ponto com infinitas energias e densidades. Era um
universo primordial que por ser muito quente nem os átomos conseguiam se
formar. Micro-partículas que se chocavam a velocidades inimagináveis. Para que
os planetas, as estrelas e as galáxias começassem a existirem este ponto
quântico passou por um período de expansão e resfriamento. Foi o momento exato
em que ocorreu uma ruptura entre a gravidade e as outras forças da natureza.
Isso quer dizer que em um único ponto coexistiam todas as outras forças – como
é o caso da gravidade, da energia eletromagnética, as energias atômicas, entre
outras. O que chamam de big bang nada mais foi que, ao que parece, estas
separações bruscas de energias. Só depois do big bang ocorreu a formação da
matéria como conhecemos. Por isso, o universo – como podemos chamar – passou
por uma expansão exponencial chamada de inflação. O que podemos constatar hoje
é que o universo continua em expansão, e quanto mais as galáxias se separam uma
das outras, mais rápido o universo se expande. O universo continua a se
expandir e a esfriar.
Mas como
podemos comprovar esta teoria? Assim como um detetive devemos juntar as
evidências que já foram comprovadas. Exatamente, provas que já foram
demonstradas cientificamente. É por isso que devemos ver quais são as
evidências que nos possa fazer acreditar nessa teoria. Só quero constar o
seguinte: como sabemos, ciência não é como religião. Os cientistas partem do
fato de que toda teoria pode ser contestada, mas que para isso, você deve
mostrar argumentos que comprovem que você está certo. Ocorre o contrário com a
religião. As especulações religiosas partem da certeza de tudo e não admitem
contestações. Por não ter provas as religiões querem impor uma “verdade”. O que
a religião tem a dizer, por exemplo, a respeito dos dinossauros e do asteroide
que os dizimaram? Será que pensam que depois disso deus fez um escudo protetor
de asteroides e cometas e nunca mais a terra será atingida novamente? Ou será
que pensam que iremos sobreviver (a espécie humana) quando o universo tiver
alcançado uma expansão tão grande que sequer avistaremos mais galáxias? O que
tem a dizer a respeito de que nosso sol tem uma vida estimada em cerca de 10
bilhões de anos e que já viveu 4,5 bilhões de anos? – sabemos disso porque,
para um astrofísico que tenha à sua disposição um potente telescópio não é
difícil de observar estrelas semelhantes e fazer cálculos seguros.
Vamos
para algumas evidências que mostram uma direção lógica em favor da aceitação da
teoria do big bang.
1.2 - PRIMEIRA EVIDÊNCIA DE QUE O BIG BANG PODE TER OCORRIDO
(observação: para esta exposição ficarei apenas na constatação de dois fatos específicos e suficientes para entendermos este aspecto. Há outras evidências, mas as duas que apresento servem para que eu atinja meu objetivo que é o de refletir sobre algumas coisas que dizem por aí a respeito do ateísmo).
O UNIVERSO ESTÁ EM EXPANSÃO: a principal evidência de que o big bang realmente tenha ocorrido está no fato de que o universo está em expansão. Somente na década de 20 do século XX foi que se descobriu outras galáxias. Um astrônomo chamado Hubble analisou estas galáxias e observou que elas estavam afastando-se umas das outras. Esta observação contrariava a ideia de Einstein de que o universo era estático, pois constatou-se não só que as galáxias estão expandindo-se, mas que isso está ocorrendo de forma acelerada conforme elas ficam cada vez mais distantes. Observe que a ciência não aceita opiniões ou especulações ela só aceita o que pode ser comprovado, este é o método científico. Por isso que os cientistas têm a liberdade de contestar hipóteses e aperfeiçoá-las conforme vão surgindo evidências e fatos.
A
conclusão mais lógica a respeito da existência do big bang é que, se agora as
galáxias estão mais longe e se afastando, podemos dizer que se voltarmos no
tempo elas estavam juntas e, se voltarmos ainda mais entenderemos que elas
estavam ainda mais próximas até formar um todo único. Esse todo seria
microscópico porque a grandeza que vemos hoje se dá porque houve uma união
extrema de átomos, essa fusão de átomos deu origem a átomos que não existiam.
Minha
formação também não é em física nem em química, mas isso não quer dizer que eu
não possa me aprofundar e conhecer estas áreas. O que entendo é que uma coisa
só deve ser aceita se for comprovada. Embora você não possa ver o átomo, não
significa que ele não exista. Afirmações como esta não pode ser aplicada a uma
divindade. Porque não? Porque posso, ainda que você não veja, comprovar a
existência do átomo, ao passo que você não pode comprovar a existência de um
deus. Suas afirmações não seriam comprovações, mas opiniões eternas não
comprovadas, nem passíveis de serem – conforme as definições atuais do que seja
deus.
1.3 - SEGUNDA EVIDÊNCIA DE QUE O BIG BANG PODE TER OCORRIDO
O UNIVERSO ESTÁ ESFRIANDO: para entendermos isso, devemos perceber que para que houvesse a formação de átomos que deram origem, por exemplo, a elementos sólidos - ou elementos mais pesados - foi preciso que houvesse o resfriamento ou uma queda de temperatura. É a isso que os cientistas chamam de radiação cósmica de fundo. Ao percebermos que o universo está em expansão chegamos a ideia de que ele, no passado, estava mais quente e denso conforme estava com seus elementos ou partículas juntas num único ponto. Foi uma descoberta espetacular para a ciência porque constataram na prática exatamente como previsto na teoria. Isso quer dizer que a radiação cósmica de fundo é algo provado pela ciência e este fato até nos remete para uma visão catastrófica para o futuro do universo. A tendência é que o universo continue a se expandir e a esfriar e aos poucos as galáxias ficarão muito distantes umas das outras. Além disso, com o resfriamento do universo as estrelas morrerão, nem poderá mais surgir outras, pois o universo estando frio as estrelas não poderão se formar. Como tudo que tem um começo, igualmente, tem um fim esse seria o fim do universo. Quem sabe, também, não pode ocorrer uma extensão e densidade no tecido espaço/tempo e esta expansão não só desacelere, mas inverta esta aceleração e retome tudo para um único ponto, o ponto quântico que deu origem a tudo.
1.4 SEGUNDO ERRO DAQUELES QUE ACHAM QUE SABEM: a vida não surgiu de uma explosão, o universo é que surgiu dessa explosão ou expansão. A vida surgiu bilhões de anos depois que o universo se formou. Cronologicamente você pode perceber o seguinte: através de tudo que conhecemos o universo surgiu a cerca de 13,7 bilhões de anos. Nosso planeta e nosso sistema solar surgiram a 4,5 bilhões de anos. As formas de vida mais antigas eram microorganismos e surgiram a aproximadamente 3,4 bilhões de anos. A maior parte da diversidade de vida surgiu a cerca de 540 milhões de anos. E a espécie humana surgiu a apenas 200 mil anos. Isso faz de nós uma espécie relativamente nova sobre a terra.
É uma
falácia, sobretudo, dos religiosos tentando justificar seus fracos argumentos,
dizer que o big bang afirma que surgimos dessa explosão. Repito: não surgimos
de uma explosão, mas de um processo evolutivo vasto e extremo. Na verdade, nada
do que vemos surgiu dessa explosão, mas tudo se formou a partir da passagem do
tempo e de fusões químicas que aconteceu, acontece e que vai ocorrer por muitos
séculos. O big bang foi apenas o início dessas fusões de elementos químicos que
existiam naquele período.
Isso quer dizer que é errado pensar que o big
bang explica apenas o evento e não o que existia durante o processo que o
desencadeou.
Há pouco tempo vi estes argumentos de um
cristão: “os cantos das baleias lá no coração do pacífico são resultado de uma
explosão? Você acredita que o Big Bang é o criador dos múltiplos sabores de uma
salada de frutas? Acredita que todo o processo da consciência humana se
originou de uma explosão completamente sem consciência?”
Pessoas que fazem estes questionamentos nada
entendem de todo esse processo ou fingem entender para não perder a fé. Até
digo que é melhor que pensem assim, pois a perda da fé pode levar a traumas e a
situações difíceis. Só vivem bem com a teoria do big bang aqueles que se
maravilham com a grandiosidade do universo como ele realmente é.
Toda
explosão destrói umas coisas e formam outras. O que ocorre com a bomba de
hidrogênio, por exemplo? Ela, ao explodir, funde hidrogênio e forma hélio.
Portanto produzem números extremos de partículas químicas. O que ocorreu com o
big bang não foi uma explosão propriamente dita, como os mais desesperados
entendem e dizem. Olha, na verdade o que ocorreu foi uma expansão acelerada de
energias que se repeliam em torno de um único ponto, esta explosão nada mais
foi que uma separação brusca de energias. A explosão destrói a matéria, mas não
estamos falando de matéria porque esta só surgiu depois. Sabe porque existe a
gravidade espalhada pelo universo? Sabe por que existem energias atômicas e
energias eletromagnéticas também espalhadas pelo universo - entre outras? Não é
uma divindade que forma o equilíbrio do universo, mas estas energias. Não
podemos ver estas energias, mas podemos prová-las. Essa é a diferença entre a
ciência e a fé: a ciência trabalha com provas, a fé trabalha com afirmações.
É por
causa dessa falta de conhecimento que muitos se perguntam: “é possível haver
uma pintura sem um pintor? Uma escultura sem escultor? Olhando para a natureza
é possível haver criatura sem criador?” e “quem criou Deus? Deus é a causa
primeira, mas quem criou Deus? Bom ele também tem que ter uma origem!”. Onde
encaixar deus nesse processo? Essa deveria ser a pergunta chave para o
religioso. Isso porque a cada dia que passa muitas evidências do big bang são
provadas. Dessa forma, não devemos questionar o que podemos constatar por nós
mesmos. É a mesma coisa que ocorreu com as pessoas no tempo de Galileu. Este
após ter aperfeiçoado o telescópio chamou pessoas para olharem o céu. Ele
apontou para o planeta Júpiter e mostrou tanto o planeta, quanto luas desse
planeta, mas muitas pessoas olhavam e mesmo enxergando não quiseram acreditar
no que estavam vendo. A grande maioria delas eram pessoas religiosas, pois
naquele período a religião dominava e obrigava as pessoas acreditarem em sua
explicação. Até perseguiam quem fizesse o contrário, exatamente como fizerem
com o próprio Galileu. Nem preciso dizer que a religião era uma desgraça total
para o avanço da astronomia. E pior, dizia que a terra era o centro do universo
porque deus tinha criado tudo como é e ele é perfeito. A terra sequer é o
centro de nosso sistema solar, quanto mais do universo.
Tudo que tem um começo, igualmente tem um fim. Nem é preciso usar tantos argumentos para demonstrar isso. Assim como o universo surgiu, igualmente ele chegará ao fim. Já expliquei isso. O argumento religioso diz o seguinte: “os ateus não entendem porque limitam seu raciocínio em sua própria existência, assim querendo que Deus seja igual ao ser humano, tendo um começo e um fim”. Os argumentos da fé são bastantes contraditórios. Na verdade, não é o ateísmo que afirma que deus tenha um fim ou uma eternidade, muito menos que seja semelhante ao ser humano. Esse argumento distorce informações e atropela a coerência. Se o ateu não acredita em deus, logo ele não acredita que deus seja de uma forma ou de outra. Isso é até cômico. Na verdade é a religião que pinta deus conforme a “imagem e semelhança” do ser humano. Não é isso que está na base de quase todas as religiões? Nem preciso argumentar sobre isso.
Tudo que tem um começo, igualmente tem um fim. Nem é preciso usar tantos argumentos para demonstrar isso. Assim como o universo surgiu, igualmente ele chegará ao fim. Já expliquei isso. O argumento religioso diz o seguinte: “os ateus não entendem porque limitam seu raciocínio em sua própria existência, assim querendo que Deus seja igual ao ser humano, tendo um começo e um fim”. Os argumentos da fé são bastantes contraditórios. Na verdade, não é o ateísmo que afirma que deus tenha um fim ou uma eternidade, muito menos que seja semelhante ao ser humano. Esse argumento distorce informações e atropela a coerência. Se o ateu não acredita em deus, logo ele não acredita que deus seja de uma forma ou de outra. Isso é até cômico. Na verdade é a religião que pinta deus conforme a “imagem e semelhança” do ser humano. Não é isso que está na base de quase todas as religiões? Nem preciso argumentar sobre isso.