terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

O QUE FOI O BIG BANG?



1.1 PRIMEIRO ERRO DAQUELES QUE ACHAM QUE SABEM: somente aquelas pessoas desinformadas acham que big bang é coisa de ateísmo. Surpreendam-se: big bang é uma teoria que explica o surgimento do universo a partir de uma “explosão” cósmica gigantesca, explosão no sentido de que houve um ponto de ruptura entre diversas energias que se expandiram a velocidades extremas. Vou explicar melhor essa teoria – a seguir. Neste momento quero chamar sua atenção para um único ponto: essa teoria não foi criada por ateus, muito pelo contrário do que os desinformados do tema pensam, essa teoria foi criada, principalmente, por uma pessoa religiosa. Pasmem os senhores e as senhoras. Um dos criadores dessa teoria foi uma pessoa religiosa que não queria trair a “verdade” que descobriu e divulgou-as mesmo que contrariasse o pensamento religioso. A igreja Católica, desse período, tentou adaptá-la e incorporá-la a suas afirmações religiosas, mas vendo que a teoria era incompatível resolveu descartá-la (e pouco tempo depois, condená-la).
Big bang é um termo em inglês que significa “grande explosão”. Foi anunciada por volta de 1948 por dois cientistas: um russo naturalizado estadunidense, George Gamow (1904-1968) e um padre e astrônomo belga Georges Lemaître (1894-1966). Estes dois cientistas assimilaram parte da teoria da relatividade geral de Einstein e parte das descobertas do astrônomo Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972), estes últimos demonstraram que o universo não é estático, como pensava Einstein, mas algo que está em expansão. Parece que Einstein, embora fosse um gênio, cometeu o erro de dizer que o universo era estático porque não queria apagar a ideia de deus, embora nem cresse nem descresse numa divindade, ao que parece. Dizer que o universo surgiu de uma “explosão” é, na verdade, apagar a compreensão comum do que seja deus e o que tenha sido a criação divina. Se introduzirmos a ideia de uma criação divina neste ponto devemos dizer, automaticamente, que se deus deu origem a algo só pode ter sido a esta explosão cósmica. Tudo como conhecemos foi formando-se com o passar de bilhões de anos. “O termo explosão refere-se a uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo”. Se você tiver noção do que seja um buraco negro vai entender que o que ocorre dentro dele tem semelhança com o que ocorreu poucos segundos depois do big bang – não vou me aprofundar neste aspecto porque meu objetivo aqui é outro.




     Vamos ficar no big bang. Se você não tiver uma noção de química e física certamente não vai entender muita coisa dessa teoria. Isso porque o universo não é formado, primordialmente, de coisa grandes, quer dizer, de corpos grandes. Na verdade o que constitui o universo são micro partículas que só podemos ver através de avançados aparelhos tecnológicos. Isso quer dizer que seus olhos, ao ler estas palavras, estão mexendo-se, captam o brilho, a cor e uma imensidade de coisas para que possa identificar uma imagem. O olho, ou qualquer coisa que exista incluindo nosso corpo inteiro e planetas, etc, é formado de bilhões e bilhões de átomos. Está vendo o ponto nesta página “.” ? Somente nela há cerca de 600 milhões de átomos. Isso quer dizer que para que nosso corpo ou qualquer corpo seja formado é preciso que haja a união de trilhões e trilhões de minúsculas partículas que se juntam para formar o todo.





   Isso, obrigatoriamente, nos remeta para uma origem microscópica. Então ao perguntarmos o que tinha antes do big bang entendemos que existiam partículas pequenas e aparentemente “infinitas”. Olhe o nosso sol, por exemplo: ele está crescendo porque 98% de sua massa é constituída por hidrogênio e hélio. Partículas de hidrogênio chocam-se a velocidades extremas e formam hélio. À medida que o hélio é formado a nossa estrela ganha volume e vai continuar ganhando volume até que o hidrogênio acabe e ela diminua de tamanho, e irá tornar-se o que os astrônomos chamam de “anã-branca”. Os outros 2% de elementos químicos que formam nosso sol são elementos que estão presentes em “tudo” aquilo que tem vida.
Assim, a teoria do big bang diz que o universo tenha surgido há aproximadamente 13,7 bilhões de anos atrás a partir da flutuação quântica de um ponto com infinitas energias e densidades. Era um universo primordial que por ser muito quente nem os átomos conseguiam se formar. Micro-partículas que se chocavam a velocidades inimagináveis. Para que os planetas, as estrelas e as galáxias começassem a existirem este ponto quântico passou por um período de expansão e resfriamento. Foi o momento exato em que ocorreu uma ruptura entre a gravidade e as outras forças da natureza. Isso quer dizer que em um único ponto coexistiam todas as outras forças – como é o caso da gravidade, da energia eletromagnética, as energias atômicas, entre outras. O que chamam de big bang nada mais foi que, ao que parece, estas separações bruscas de energias. Só depois do big bang ocorreu a formação da matéria como conhecemos. Por isso, o universo – como podemos chamar – passou por uma expansão exponencial chamada de inflação. O que podemos constatar hoje é que o universo continua em expansão, e quanto mais as galáxias se separam uma das outras, mais rápido o universo se expande. O universo continua a se expandir e a esfriar.
         Mas como podemos comprovar esta teoria? Assim como um detetive devemos juntar as evidências que já foram comprovadas. Exatamente, provas que já foram demonstradas cientificamente. É por isso que devemos ver quais são as evidências que nos possa fazer acreditar nessa teoria. Só quero constar o seguinte: como sabemos, ciência não é como religião. Os cientistas partem do fato de que toda teoria pode ser contestada, mas que para isso, você deve mostrar argumentos que comprovem que você está certo. Ocorre o contrário com a religião. As especulações religiosas partem da certeza de tudo e não admitem contestações. Por não ter provas as religiões querem impor uma “verdade”. O que a religião tem a dizer, por exemplo, a respeito dos dinossauros e do asteroide que os dizimaram? Será que pensam que depois disso deus fez um escudo protetor de asteroides e cometas e nunca mais a terra será atingida novamente? Ou será que pensam que iremos sobreviver (a espécie humana) quando o universo tiver alcançado uma expansão tão grande que sequer avistaremos mais galáxias? O que tem a dizer a respeito de que nosso sol tem uma vida estimada em cerca de 10 bilhões de anos e que já viveu 4,5 bilhões de anos? – sabemos disso porque, para um astrofísico que tenha à sua disposição um potente telescópio não é difícil de observar estrelas semelhantes e fazer cálculos seguros.






      Vamos para algumas evidências que mostram uma direção lógica em favor da aceitação da teoria do big bang.


1.2 - PRIMEIRA EVIDÊNCIA DE QUE O BIG BANG PODE TER OCORRIDO

(observação: para esta exposição ficarei apenas na constatação de dois fatos específicos e suficientes para entendermos este aspecto. Há outras evidências, mas as duas que apresento servem para que eu atinja meu objetivo que é o de refletir sobre algumas coisas que dizem por aí a respeito do ateísmo).


O UNIVERSO ESTÁ EM EXPANSÃO: a principal evidência de que o big bang realmente tenha ocorrido está no fato de que o universo está em expansão. Somente na década de 20 do século XX foi que se descobriu outras galáxias. Um astrônomo chamado Hubble analisou estas galáxias e observou que elas estavam afastando-se umas das outras. Esta observação contrariava a ideia de Einstein de que o universo era estático, pois constatou-se não só que as galáxias estão expandindo-se, mas que isso está ocorrendo de forma acelerada conforme elas ficam cada vez mais distantes. Observe que a ciência não aceita opiniões ou especulações ela só aceita o que pode ser comprovado, este é o método científico. Por isso que os cientistas têm a liberdade de contestar hipóteses e aperfeiçoá-las conforme vão surgindo evidências e fatos.
        A conclusão mais lógica a respeito da existência do big bang é que, se agora as galáxias estão mais longe e se afastando, podemos dizer que se voltarmos no tempo elas estavam juntas e, se voltarmos ainda mais entenderemos que elas estavam ainda mais próximas até formar um todo único. Esse todo seria microscópico porque a grandeza que vemos hoje se dá porque houve uma união extrema de átomos, essa fusão de átomos deu origem a átomos que não existiam.
       Minha formação também não é em física nem em química, mas isso não quer dizer que eu não possa me aprofundar e conhecer estas áreas. O que entendo é que uma coisa só deve ser aceita se for comprovada. Embora você não possa ver o átomo, não significa que ele não exista. Afirmações como esta não pode ser aplicada a uma divindade. Porque não? Porque posso, ainda que você não veja, comprovar a existência do átomo, ao passo que você não pode comprovar a existência de um deus. Suas afirmações não seriam comprovações, mas opiniões eternas não comprovadas, nem passíveis de serem – conforme as definições atuais do que seja deus.

1.3 - SEGUNDA EVIDÊNCIA DE QUE O BIG BANG PODE TER OCORRIDO

O UNIVERSO ESTÁ ESFRIANDO: para entendermos isso, devemos perceber que para que houvesse a formação de átomos que deram origem, por exemplo, a elementos sólidos - ou elementos mais pesados - foi preciso que houvesse o resfriamento ou uma queda de temperatura. É a isso que os cientistas chamam de radiação cósmica de fundo. Ao percebermos que o universo está em expansão chegamos a ideia de que ele, no passado, estava mais quente e denso conforme estava com seus elementos ou partículas juntas num único ponto. Foi uma descoberta espetacular para a ciência porque constataram na prática exatamente como previsto na teoria. Isso quer dizer que a radiação cósmica de fundo é algo provado pela ciência e este fato até nos remete para uma visão catastrófica para o futuro do universo. A tendência é que o universo continue a se expandir e a esfriar e aos poucos as galáxias ficarão muito distantes umas das outras. Além disso, com o resfriamento do universo as estrelas morrerão, nem poderá mais surgir outras, pois o universo estando frio as estrelas não poderão se formar. Como tudo que tem um começo, igualmente, tem um fim esse seria o fim do universo. Quem sabe, também, não pode ocorrer uma extensão e densidade no tecido espaço/tempo e esta expansão não só desacelere, mas inverta esta aceleração e retome tudo para um único ponto, o ponto quântico que deu origem a tudo.


1.4 SEGUNDO ERRO DAQUELES QUE ACHAM QUE SABEM: a vida não surgiu de uma explosão, o universo é que surgiu dessa explosão ou expansão. A vida surgiu bilhões de anos depois que o universo se formou. Cronologicamente você pode perceber o seguinte: através de tudo que conhecemos o universo surgiu a cerca de 13,7 bilhões de anos. Nosso planeta e nosso sistema solar surgiram a 4,5 bilhões de anos. As formas de vida mais antigas eram microorganismos e surgiram a aproximadamente 3,4 bilhões de anos. A maior parte da diversidade de vida surgiu a cerca de 540 milhões de anos. E a espécie humana surgiu a apenas 200 mil anos. Isso faz de nós uma espécie relativamente nova sobre a terra.
            É uma falácia, sobretudo, dos religiosos tentando justificar seus fracos argumentos, dizer que o big bang afirma que surgimos dessa explosão. Repito: não surgimos de uma explosão, mas de um processo evolutivo vasto e extremo. Na verdade, nada do que vemos surgiu dessa explosão, mas tudo se formou a partir da passagem do tempo e de fusões químicas que aconteceu, acontece e que vai ocorrer por muitos séculos. O big bang foi apenas o início dessas fusões de elementos químicos que existiam naquele período.
Isso quer dizer que é errado pensar que o big bang explica apenas o evento e não o que existia durante o processo que o desencadeou.
Há pouco tempo vi estes argumentos de um cristão: “os cantos das baleias lá no coração do pacífico são resultado de uma explosão? Você acredita que o Big Bang é o criador dos múltiplos sabores de uma salada de frutas? Acredita que todo o processo da consciência humana se originou de uma explosão completamente sem consciência?”
Pessoas que fazem estes questionamentos nada entendem de todo esse processo ou fingem entender para não perder a fé. Até digo que é melhor que pensem assim, pois a perda da fé pode levar a traumas e a situações difíceis. Só vivem bem com a teoria do big bang aqueles que se maravilham com a grandiosidade do universo como ele realmente é.
            Toda explosão destrói umas coisas e formam outras. O que ocorre com a bomba de hidrogênio, por exemplo? Ela, ao explodir, funde hidrogênio e forma hélio. Portanto produzem números extremos de partículas químicas. O que ocorreu com o big bang não foi uma explosão propriamente dita, como os mais desesperados entendem e dizem. Olha, na verdade o que ocorreu foi uma expansão acelerada de energias que se repeliam em torno de um único ponto, esta explosão nada mais foi que uma separação brusca de energias. A explosão destrói a matéria, mas não estamos falando de matéria porque esta só surgiu depois. Sabe porque existe a gravidade espalhada pelo universo? Sabe por que existem energias atômicas e energias eletromagnéticas também espalhadas pelo universo - entre outras? Não é uma divindade que forma o equilíbrio do universo, mas estas energias. Não podemos ver estas energias, mas podemos prová-las. Essa é a diferença entre a ciência e a fé: a ciência trabalha com provas, a fé trabalha com afirmações.
            É por causa dessa falta de conhecimento que muitos se perguntam: “é possível haver uma pintura sem um pintor? Uma escultura sem escultor? Olhando para a natureza é possível haver criatura sem criador?” e “quem criou Deus? Deus é a causa primeira, mas quem criou Deus? Bom ele também tem que ter uma origem!”. Onde encaixar deus nesse processo? Essa deveria ser a pergunta chave para o religioso. Isso porque a cada dia que passa muitas evidências do big bang são provadas. Dessa forma, não devemos questionar o que podemos constatar por nós mesmos. É a mesma coisa que ocorreu com as pessoas no tempo de Galileu. Este após ter aperfeiçoado o telescópio chamou pessoas para olharem o céu. Ele apontou para o planeta Júpiter e mostrou tanto o planeta, quanto luas desse planeta, mas muitas pessoas olhavam e mesmo enxergando não quiseram acreditar no que estavam vendo. A grande maioria delas eram pessoas religiosas, pois naquele período a religião dominava e obrigava as pessoas acreditarem em sua explicação. Até perseguiam quem fizesse o contrário, exatamente como fizerem com o próprio Galileu. Nem preciso dizer que a religião era uma desgraça total para o avanço da astronomia. E pior, dizia que a terra era o centro do universo porque deus tinha criado tudo como é e ele é perfeito. A terra sequer é o centro de nosso sistema solar, quanto mais do universo.
        Tudo que tem um começo, igualmente tem um fim. Nem é preciso usar tantos argumentos para demonstrar isso. Assim como o universo surgiu, igualmente ele chegará ao fim. Já expliquei isso. O argumento religioso diz o seguinte: “os ateus não entendem porque limitam seu raciocínio em sua própria existência, assim querendo que Deus seja igual ao ser humano, tendo um começo e um fim”. Os argumentos da fé são bastantes contraditórios. Na verdade, não é o ateísmo que afirma que deus tenha um fim ou uma eternidade, muito menos que seja semelhante ao ser humano. Esse argumento distorce informações e atropela a coerência. Se o ateu não acredita em deus, logo ele não acredita que deus seja de uma forma ou de outra. Isso é até cômico. Na verdade é a religião que pinta deus conforme a “imagem e semelhança” do ser humano. Não é isso que está na base de quase todas as religiões? Nem preciso argumentar sobre isso.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CONVERSA COM UM ASTRÔNOMO


Autor: Leon Cardoso da Silva

(Fragmento de um romance em construção)


– Quem é “Deus” para você?
– A questão está incorreta.
– Como assim? – João ficou surpreso.
– A questão está incorreta porque há uma incompatibilidade entre quem ou o quê  seja Deus e o atual alcance do conhecimento dos seres humanos. Então, o correto é perguntar: o quê significa Deus? Além disso, outra coisa que as pessoas confundem: não parece correto alguém questionar-se sobre qual seria o sentido da vida. Por necessidade, devemos fazer um caminho distinto, mas que nos leve a esta questão. Assim a questão se inverteria e passaria a ser a seguinte: nossa existência é boa a ponto de justificarmos o fato de estarmos existindo? Se entendermos que nossa existência é boa o suficiente a ponto de não darmos fim a ela, mas sempre buscarmos fontes para continuarmos mantendo nossa vida, então a resposta já está dada: o fato de estarmos existindo, por si próprio, já é o suficiente para justificarmos o sentido de nossas vidas.   
            João ficou bastante confuso. Nunca tinha pensado deste ponto de vista. Parecia correto compreendermos a possibilidade ou impossibilidade de um Deus a partir de seus significados para as pessoas. As religiões são dessa forma - todas que ele conhecia. Se fosse o caso poderíamos afirma que temos a possibilidade de encontrar Deus dentro de nossa própria individualidade, para isso bastaria sondarmos seus significados. Não precisaríamos ir para uma igreja, nem ler a bíblia, nem escutar algum religioso ou pregação religiosa para compreendermos que Deus tenha seus próprios significados e de alguma forma o conheceríamos sem influências externas.
            Tudo indicava que João tinha cometido certos exageros nestas observações. Ele percebendo isso refez a pergunta:
            – “Deus” tem algum significado para os métodos de estudo da astronomia?
            – Todos nós temos uma ideia do que seja Deus. Isso é tão intenso que divide as religiões de tal forma que cada uma acaba atribuindo um significado diferente para o conceito de Deus. Assim, cada religião diferente pinta um Deus diferente. Por isso, todo ser humano tem o direito de entender o conceito de uma divindade conforme sua própria visão de mundo. Os significados do que seja Deus são individualizados porque, embora possa haver alguns padrões de comportamentos, cada indivíduo tem sua própria visão de mundo.
O método de estudo adotado pelos astrônomos é o método científico. Vou te explicar: quando Albert Einstein publicou a teoria geral da relatividade a comunidade científica achou surpreendente uma nova teoria que revia muitos aspectos da teoria mais aceita que era a da gravidade de Isaac Newton. Mas, para que fosse aceita era preciso que se observasse um eclipse para que fosse aplicada, fato este que poderia ser comprovada ou negada. Assim o fizeram e constataram que a gravidade exercia uma deformidade no tecido espaço tempo a ponto de ao ofuscarmos a luz do sol poderíamos ver que a luz de estrelas ou galáxias atrás dele faz uma curva ao passar pelo seu campo gravitacional. Foi preciso uma primeira tese ou hipótese, para depois a comprovarmos. Resumidamente este é o método científico.
Qual o significado de Deus para este método? Eu poderia dizer que enquanto a ciência vai em busca de comprovações ou negações de suas afirmações, as religiões influenciam as pessoas a aceitarem afirmações sem comprovações. O movimento é inverso. A única relação entre Deus e o método utilizado por alguns astrônomos ocorre no campo da imaginação. Muitas vezes o desenvolvimento da ciência permite esta exploração de nossa faculdade de imaginar, de fantasiar. Deus é cada vez mais forte, quanto mais forte for a capacidade de imaginação de uma pessoa. Se não fosse esta capacidade de imaginação certamente nem Newton, nem Einstein chegariam tão longe.
            – “Deus” é um conceito humano?
            – Sim. Não quero dizer que os outros animais da natureza também não sejam dotados desta faculdade (de imaginar). Acontece que o ser humano é uma espécie que não só produz conhecimentos, mas que também o organiza. O que muitas vezes não pode explicar, por causa de suas incertezas e de sua imaginação ele busca respostas que estão além de seus conhecimentos.
            – Então “Deus” não pode ser conhecido?
            – Se Deus existe ou existisse ele certamente não seria compreensível para a mente humana. Assim como o universo também  não é completamente conhecido. É incompreensível a ideia de que um ser infinito poderia ser alcançado por um extremamente finito e perecível.
            – Então isso não condena as religiões e as ciências ao fracasso?
            – De forma alguma. As religiões já provaram seus fracassos. Basta olharmos para a história da civilização. Do contrário, se não fosse o desenvolvimento da ciência, nossa civilização estaria condenada a um primitivismo permanente e trágico. Ao fazermos o percurso da medicina para o ponto mais distante do espaço entendemos que muito ainda há para se conhecer e isso acaba nos motivando como seres humanos que busca entender o universo.
            – Poderíamos resumir o conceito de “Deus” e do universo?
            – Poderíamos. Eu diria que: Deus é um conceito capaz de produzir diversos significados para as pessoas, sobretudo, que acreditam. O universo é uma imensidade de tempo e espaço marcada principalmente pela confluência entre matéria e energias.
            – Como surgiu o universo?
            – Eu poderia utilizar a imaginação e te dar uma explicação extremamente criativa e, se você fosse muito ingênuo, eu poderia te fazer acreditar em minha explicação. Acontece que sempre falo de acordo com aquilo que posso constatar pela minha observação e entendimento. Assim, eu diria que o universo surgiu de um provável choque muito intenso de energias distintas, muitas se repelindo. Tudo que você observar tem energia. Se você, por exemplo, fizer uma caixa e fechá-la sem nada dentro e disser: não existe nada dentro desta caixa seria uma definição falha, pois se utilizarmos alguns aparelhos tecnológicos já existentes poderemos observa que onde acreditava-se que não existia alguma coisa, na verdade há energia, portanto não existe o nada. Por isso Deus não criou o universo do nada, como afirma o criacionismo. E se tivesse criado alguma coisa precisaria ter a sua disposição uma imensidade de energias para tornar esta coisa possível. Se isso fosse o caso, ele não teria criado algo do nada, mas de energias já existentes.
            – Quando surgiu o universo?
            – Cronologicamente você pode perceber o seguinte: através de dados matemáticos e de experimentos envolvendo diversos campos de estudos o universo surgiu a cerca de 13,5 bilhões de anos. Nosso planeta e nosso sistema solar surgiram a 4,5 bilhões de anos. As formas de vida mais antiga eram microorganismos e surgiram a aproximadamente 3,4 bilhões de anos. A maior parte da diversidade de vida surgiu a cerca de 540 milhões de anos. E a espécie humana surgiu a apenas 200 mil anos. Isso faz da espécie humana uma espécie relativamente nova sobre a terra.
            – Isso quer dizer que haveria a possibilidade e existir vida em outro planeta?
            – Assim como não podemos afirmar que exista vida em outro planeta, igualmente não podemos negar tal afirmação. Para você ter uma ideia, durante muitos anos acreditou-se que a terra era o centro do universo, depois que só existiam algumas estrelas, alguns planetas, depois descobrimos, sem a imposição dos fundamentos religiosos, que isso tudo estava errado, pois na verdade estamos localizados em uma galáxia e que existem outras galáxias. Esta última descoberta só em 1923 – muito recente. Depois disso descobrimos que não só existem outras galáxias, mas números incalculáveis delas, com números incalculáveis de estrelas em cada uma delas, que ao redor destas estrelas há, também, incalculáveis números de planetas. Não só descobrimos isso, mas também que o universo está em expansão e as galáxias estão ficando cada vez mais distantes umas das outras.
Para você ter uma noção da grandeza, nosso sistema solar está localizado na extremidade de um dos braços espirais de nossa galáxia, a via-láctea. A distância entre nós e o centro (núcleo) dela é de aproximadamente 30 mil anos luz. São necessários 200 a 250 milhões de anos para o sol completar uma órbita ao redor do núcleo da via-láctea. A distância entre nossa galáxia e a mais próxima – a M-31 –  é de aproximadamente 2 milhões de anos luz. Um ano luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros. A nossa galáxia tem um diâmetro de 100 mil anos luz e aproximadamente 200 bilhões de estrelas. Além disso, ao redor de nossa galáxia, acima e abaixo do disco, numa aureola, existem aproximadamente 200 aglomerados que podem conter até 1 milhão de estrelas cada.
– Isso tudo é impressionante. Mas como posso acreditar nestas observações?
– Não são afirmações sem provas. Isso quer dizer que você próprio pode constatar com seus próprio olhos. Para isso basta você olhar o céu em uma noite limpa e escura, sem a luz da lua e sem muita interferência da luz da cidade. Você poderá ver de 2 mil a 3 três mil estrelas. Em momentos e tempos específicos você poderá até mesmo ver a grande maioria dos planetas do nosso sistema solar. Se isso não for o bastante, você pode ir em algum centro astronômico ou adquirir um binóculo ou uma telescópio com lentes adequadas e ver com mais detalhes até mesmo galáxias, luas, cometas, meteoros, etc. Ainda assim, se isso não for o bastante você pode se especializar e fazer seus próprios cálculos matemáticos ou estudar algum aspecto do universo como super-novas, buracos negros, etc. Quando Galileu aperfeiçoou o telescópio e constatou a existência de algumas luas em júpiter, chamou outras pessoas para confirmarem suas descobertas. O que aconteceu? Muitas pessoas não acreditaram no que elas próprias estavam vendo.
            – Parece que você está certo. Anteriormente você estava falando sobre a distância em anos luz... qual é a velocidade da luz?
– A velocidade da luz é 300 mil quilômetros por segundo. Isso quer dizer que se fossemos percorrer a distância da extremidade de nossa galáxia à extremidade da galáxia mais próxima de nós voando em uma nave espacial a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo demoraríamos 2 milhões de anos para chegarmos lá. A esta mesma velocidade rumo ao centro de nossa galáxia levaríamos aproximadamente 30 mil anos para chegarmos. Atualmente é impossível alcançarmos essa velocidade. Percebeu a grandeza do universo? Como o número de galáxias é incalculável, pela quantidade delas que existem, isso faz com que a probabilidade de que haja vida em outro planeta seja muito grande.
            – Como ainda não foi descoberto vida em outro planeta, podemos dizer que estamos em um lugar privilegiado e incomum no universo?             
            – Se um lugar comum for zonas habitáveis – o que não é incomum – então digo que estamos num lugar comum. Mas, se eu entender lugar incomum como lugares extremamente difíceis como buracos negros e quasares então para mim estes lugares difíceis é que devem ser encarados como incomum no universo.
            João agradeceu pelas informações e saiu ainda mais confuso. À medida que caminhou na calçada esta confusão foi dissipando-se, pois agora sua reflexão estava mais clara e mais profunda. Primeiro pensou na possibilidade de que “Deus” fosse o universo e não uma divindade específica e reducionista. Num segundo momento, pensou na possibilidade de “Deus” ser uma energia inexplicável que equilibra tudo que existe no universo. Ainda com uma terceira vertente, pensou na possibilidade de existirem muitos outros universos e um artífice único por trás de todos eles. Um pensamento acessório ofuscou sua mente ao levá-lo para um caminho nada confortável. É que num lampejo de dúvida pensou na hipótese de que o universo tenha sido obra do acaso, surgido daquele ponto quântico e que o ser humano, sendo apenas uma espécie entre inúmeras outras espécies de seres vivos, estava só no universo, jogados à sua própria sorte.

            Com este último pensamento, João entendeu que a ausência de uma ideia de divindade não diminui em nada a responsabilidade dos seres humanos. Nem que esta ausência seja marcada pelo vazio sem sentido e sem perspectivas. O universo continua o mesmo tanto para os que têm fé em uma divindade, quanto para os que não têm.

A NASA DIVULGA FOTOS DE PLUTÃO E SUA LUA CHARON


FOTO 1/3
Charon - Lua maior de Plutão


Estas fotos foram feitas pela sonda New Horizons a 200 quilômetros de distância





FOTO 2: detalhes de Plutão. Foto ampliada.

Detalhe de Plutão



FOTO 3: PLUTÃO E SUA PLANÍCIE CONGELADA
Plutão e o coração



UNIDADE ASTRONÔMICA E VELOCIDADE DA LUZ: O QUE SÃO

            Para ficar mais fácil de entender a distância entre nós e o sol - e a partir disso a distância entre astros no espaço - os astrônomos e astrofísicos usam uma unidade de medida chamada de Unidade Astronômica (ou simplesmente 1 UA) que é a distância entre a Terra e o Sol: cerca de 150 milhões de km. Isso significa que se um astro estiver a mais de 300 milhões de quilômetros da terra ou de algum ponto do sistema solar dizemos que ele está a 2 UA a partir do ponto que é medido.

          Parar medir distâncias mais longas usa-se a contagem em anos luz. Isso quer dizer que um ano luz equivale a um ano percorrido pela luz. Como entendemos esta velocidade? Sabemos que ela equivale a 300 mil quilômetros por segundo. De acordo com a teoria da relatividade de Albert Einstein nada no universo ultrapassa esta velocidade. Imagine um foguete viajando a esta velocidade ao redor da terra. Em menos de um segundo nesta velocidade este foguete dará 3 voltas ao redor da terra. A esta velocidade demoraríamos, portanto, 4 anos e meio para chegarmos à estrela mais próxima do sistema solar a próxima centauri.

            Portanto, Unidade Astronômica é uma unidade de medida utilizada para medir a distância em unidades de 150 milhões de quilômetros e velocidade da luz é a medida necessária para compreendermos distâncias maiores e velocidades extremas.

Planetas Rochosos do nosso sistema solar



Sabemos que em nosso sistema solar temos definidos, por enquanto, 4 planetas rochosos, isto é, que é formado de rocha e terra ao contrário de outros planetas que são constituídos de gazes. Planetas rochosos, ou "telúricos' (do latim Tellus um sinônimo de Terra) ou planetas sólidos são planetas semelhantes com a terra. São eles: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte – e outro hipotético que tem 10 vezes a massa da terra.
            Para ficar mais fácil de entender os astrônomos e astrofísicos usam uma unidade de medida chamada de Unidade Astronômica (ou simplesmente 1 UA) que é a distância entre a Terra e o Sol: cerca de 150 milhões de km. Isso significa que se um astro estiver a mais de 300 milhões de quilômetros da terra ou de algum ponto do sistema solar dizemos que ele está a 2 UA a partir do ponto que é medido.

            Os planetas respectivamente são:

Mercúrio - 0,387 UA
Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e orbita o Sol a cada 88 dias terrestres. A órbita deste planeta é bastante  excêntrica e seu eixo tem a menor inclinação dentre todos os planetas do Sistema Solar. Tem uma aparência muito brilhante, observado da Terra, e uma magnitude variável de −2,6 a 5,7. Mesmo com seu brilho, Mercúrio não é facilmente de ser observado, pois sua separação angular do Sol é de apenas 28,3º, isto é, sempre aparece próximo do sol e o brilho deste ofusca o planeta, só podemos observá-lo a olho nu durante o crepúsculo matutino ou vespertino.

“As primeiras observações registradas de Mercúrio datam pelo menos do primeiro milênio antes de Cristo. Antes do século IV a.C., astrônomos gregos acreditavam que se tratasse de dois objetos distintos: um visível no nascer do sol, ao qual chamavam Apolo, e outro visível ao pôr do Sol, chamado de Hermes. O nome em português para o planeta provém da Roma Antiga, onde o astro recebeu o nome do deus romano Mercúrio, que tinha na mitologia grega o nome de Hermes (Ἑρμῆς). O símbolo astronômico de Mercúrio é uma versão estilizada do caduceu de Hermes”.           

Vênus - 0,722 UA

“Vênus é o segundo planeta do Sistema Solar em ordem de distância a partir do Sol, orbitando-o a cada 224,7 dias. Recebeu seu nome em homenagem à deusa romana do amor e da beleza Vénus, equivalente a Afrodite. Depois da Lua, é o objeto mais brilhante do céu noturno, atingindo uma magnitude aparente de -4,6, o suficiente para produzir sombras”.

Terra - 1 UA

A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. ão.

Marte - 1.52 UA

“Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos (ou rochosos) no Sistema Solar. A sua distância é de 1,5 UA do Sol (ou seja, a uma vez e meia a distância da Terra ao Sol). De noite, aparece como uma estrela vermelha, razão por que os antigos romanos lhe deram o nome de Marte, o deus da guerra. Executa uma volta em torno do Sol em 687 dias terrestres (quase 2 anos terrestres)”.    

Referência da publicação

http://www.galeriadometeorito.com/2016/01/os-maiores-eventos-astronomicos-para-2016.html